Acho
que o certo seria eu esperar você apanhar um pouco para fazer isso, daria mais
emoção, certa dramaticidade a historia, mas infelizmente no estado atual
Asmodeus o mataria com um único ataque, e bem, isso estragaria a diversão. –
disse Icelo
Quando Icelo apareceu após ser chamado
por Mark, ele e Dante encontraram-se pela primeira vez. No meio das várias
provocações para irritá-lo Dante foi obrigado a admitir uma coisa, que ele
havia se tornado fraco, que não estava no nível necessário para enfrentar o que
viria pela frente.
Então Icelo ofereceu-lhe um acordo,
obviamente a opção natural seria Dante recusar sem sequer ouvi-lo, afinal foi
por fazer um pacto com um demônio que traiu seu mestre e seu pai, e acabou
sendo levado para o inferno.
Mas justamente por isso, Dante sentia-se
em dívida com eles, e mais do que isso, todos aqueles anos de dor o sofrimento
haviam acumulado muito ódio dentro dele, mesmo que depois fosse novamente
condenado ao inferno que fosse ser ainda mais torturado e castigado ele precisava
aceitar o acordo, queria poder para realizar seus intentos.
O acordo que Icelo ofereceu parecia bom,
o que apenas aumentou as suspeitas de Dante sobre ele. O anjo prometeu
ajudá-lo, dando-o a força necessária para lutar, e em troca pedia apenas que
ele o ajudasse com algo quando fossem para o inferno.
Antes que ele pudesse pensar mais a
respeito, que Zachary falasse com ele para impedi-lo, Dante já estava a apertar
a mão de Icelo selando o acordo, e seu próprio destino.
Não
se preocupe Asmodeus, só vai demorar um minuto, prometo que vai valer a pena,
sei que se entedia rápido destruindo esses humanos idiotas, mas este aqui é o
meu campeão, aposto que ele pode entretê-lo por alguns minutos. – disse Icelo
Então
quer que eu fique parado e assista você fortalecer esse humano o suficiente
para ele conseguir me matar? – perguntou Asmodeus
–
Bem, basicamente é isso.
–
Você sempre foi o mais engraçado, mas não posso aceitar este acordo. Eu poderia
apenas matar esse humano em cinco segundos e em seguida me divertir
enfrentando-te.
–
Não precisamos ir tão longe, que tal um acordo, ou melhor, uma aposta. Se você
me der este tempo e conseguir vencer o humano, eu entrego para você o “Último
presente de Deus”.
Asmodeus sorriu maliciosamente e aceitou
o acordo, sentando-se e esperando pacientemente.
Dante tentou desfazer o trato e
intervir, mas Icelo não permitiu, disse que ele devia encarar isso como
motivação extra para a luta, que se perdesse estaria condenando toda a
humanidade.
Sem permitir que Dante argumentasse o
anjo caído começou os preparativos para o que ia fazer. Estendeu ambas as mãos
e fez surgir um braço, imediatamente Asmodeus se levantou e parecia pronto para
atacar, mas Icelo fez uma expressão séria, mostrando que agora estava sério,
fazendo-o recuar.
Eu
chamo isso de justiça poética, este é o braço de Belial, um dos mais altos
comandantes do inferno, que foi vencido no mundo dos humanos por só poder lutar
com dez por cento da sua força. – disse Icelo
–
Foi ele quem você matou Dante, e que lhe custou seu braço.
–
Admito que tive alguma dificuldade em conseguir isso, mas não pude resistir, um
campo de batalha é como um cofre cheio, atrai muitos ladrões, tive de brigar
por este espólio, então faça bom uso dele.
Icelo iria implantar o braço daquele
anjo em Dante, isso o transformaria em um monstro, uma aberração, mas ao mesmo
tempo o daria força o suficiente para resistir aos ataques de Asmodeus.
Embora todo este poder não viesse de
graça, era algo totalmente antinatural, que forçaria o corpo e a alma de Dante
ao limite extremo, podendo matá-lo apenas de exaustão, e aquele braço
artificial ainda começaria a apodrecer com o tempo, corroendo também o corpo do
usuário que tentasse ficar com ele por muito tempo.
A dor era excruciante, conseguia ser
maior do que a que ele sentiu quando teve o braço amputado, ele sentia que com
isso perderia ainda mais da sua humanidade, mas a esta altura isto não o
interessava mais.
Após ter o braço implantado Dante o
testou, dando um golpe na parede do coliseu onde estavam, que a despedaçou por
completo e provocou grandes rachaduras por toda a extensão da parede.
Dante e Asmodeus caminharam então ate o
centro da arena, se aproximando cada vez mais ate que começaram a correr para
colidir seus ataques, então com uma grande explosão que fez com que as paredes
tremessem, os punhos deles se chocaram. Ambos recuaram sendo lançados para trás
pela força do impacto, Asmodeus alguns passos e Dante vários metros.
Eles lutavam de modo parecido,
extremamente impetuosos, não preocupavam-se com defesa, atacavam um ao outro
com tudo que tinham, cravaram os pés no chão e começaram a trocar socos, cada
golpe de Asmodeus atirava para trás a cabeça de Dante que quase era arrancada
do corpo, ao mesmo tempo que o fazia vomitar sangue. Alguns dos ataques do
humano também eram efetivos fazendo o anjo cuspir sangue.
O sangue caia no solo e se misturava,
eles estavam tão concentrados na luta que não notaram Icelo recitando palavras
em uma língua antiga, o sangue no chão começava a se mover formada uma figura
como o Labirinto de Chartres, era algo chamado Fratres Sanguinis. Um ritual
antigo usado em ordens religiosas como forma de treinamento e compreensão.
Com ele, juntando-se o sangue de duas
pessoas fazia-se com que elas partilhassem dos mesmos sentimentos,
especificamente a dor. Desse modo o dano que cada um deles causasse ao outro,
também teria de suportar, além de uma luta de força bruta, acabava de se tornar
também em uma luta de resistência, um confronto que seria vencido por aquele
capaz de suportar mais dor.
Quando Icelo terminou o ritual ambos
cessaram os ataques, Dante gritava e Asmodeus cerrava os dentes para aguentar.
Agora a batalha tinha tomado um rumo diferente, cada golpe dado no adversário
também seria sentido por quem o deu.
Por um momento Asmodeus encarou Icelo de
modo sério, parecia que ia atacá-lo, mas em seguida começou a rir, ele estava
excitado com aquela batalha, há muito tempo não enfrentava alguém que fizesse
seu sangue ferver, não apostava a vida durante uma luta.
Dante mostrou coragem avançando contra o
anjo, este defendeu-se dando um grande soco no solo, que ergueu uma barreira de
terra que serviu como escudo. Dante a destruiu com um ataque, mas Asmodeus já
não estava lá, tinha aproveitado essa abertura e se movido para trás dele,
acertando com um chute no estômago.
Este ataque teria atirado Dante longe,
mas ele segurou-se na perna de Asmodeus, aproveitando para contra-atacar com um
soco.
Era uma luta onde não se conseguia
esconder o dano, a cada ataque quem o desferia conseguia saber exatamente como
o adversário o havia sentido.
Icelo assistia a tudo aquilo
confortavelmente sentado, parecia estar se divertindo muito com aquele
espetáculo.
Eles respiravam por alguns segundos e
logo voltavam ao ataque, Asmodeus concentrava sua energia espiritual fazendo
com que seus músculos crescessem, era possível ver que a força dele havia
aumentado muito.
Contudo, estava mais lento com isso,
Dante conseguiu acertar dezenas de golpes, mas quando ele deu um soco, pela
primeira vez o humano recuou, sentiu um calafrio, apenas a pressão do ar
provocada pelo golpe destruiu uma parede.
Nesse momento alguns dos condenados
começaram a surgir, a parte destruída do coliseu ia em direção as celas,
centenas deles adentraram a arena, estavam sedentos de sangue, queriam a cabeça
do homem que tantas vezes os torturou. Em conjunto atacaram Asmodeus.
Irritado por ter sua luta interrompida
ele os atacava com ferocidade, cada golpe derrubava dezenas de uma vez, eles
começavam a recuar, mas Asmodeus queria deixar claro que não iria mais permitir
ser interrompido. Abriu todas as celas soltando todos os condenados, era um
desafio, se quisessem vir todos agora para atacá-lo ele não os temia.
Todos permaneceram em suas celas e os
que o tinham atacado arrastavam-se volta para as suas, ainda carregando alguns
que tiveram o corpo destruído pelo ataque de Asmodeus.
Dante estava ofegante, sentia-se
extremamente cansado, o braço parecia ser bastante pesado, além de machucá-lo,
era como se houvesse um punhal sendo cravado nele. Nos instantes em que parava
para descansar sentia todo o corpo. Pensando em tudo que tinha feito ate aquele
momento teve forças para não fraquejar novamente.
Tentando aproveitar a vantagem da
velocidade ele começou a correr em direção a Asmodeus, fazendo súbitas mudanças
de direção a fim de confundi-lo, avançando sobre ele e o fingindo tentar um
soco, quando na verdade o objetivo era golpear a perna fazendo com que o anjo
se curvasse.
No momento em que ele se desequilibrou
Dante surge nas costas do anjo acertando-o com um soco o rosto que o lança para
cima, em seguida ele salta para o interceptar no ar e começar a desferir uma
chuva incessante de golpes fazendo Asmodeus cair violentamente contra o solo.
Mesmo assim os ataques não cessavam, fazendo o anjo afundar cada vez no solo,
criando uma grande cratera.
Ate que Dante parou e saltou para fora
da cratera, chorava sangue, algo que só acontece quando o corpo esta em um
estado extremo de estresse e sofrimento, aquele era o efeito da dor que ele
experimentava após ter efetuado tantos ataques no anjo, mas este tipo de coisa
ele conseguia aguentar, o que o fez recuar foi outra coisa.
Asmodeus saia da cratera sem aparentar
grandes danos, embora estivesse visivelmente abalado.
Eu
o respeito humano, não sei como consegue ainda estar de pé com todo esse dano,
a sua dor que estou a sentir agora faz com que eu tenha que me concentrar ao
máximo para não desmaiar. Qual o seu nome? – perguntou Asmodeus
Dante então rasga o resto da camisa que
estava a usar e já estava bastante avariada pela luta, revelando que o braço de
anjo que usava começava a enegrecer o seu ombro, o corpo dele já não estava a
aguentar.
Wow, a melhor luta de toda a história até agora, a descrição, os golpes, a emoção, tudo estava presente, otimo... não, exelente capítulo, conseguiu captar mina atenção do começo da luta até ao fim do capítulo, quero mais, quero mais xD sério, este combate ficou perfeito, me deixou salivando pela continuação, sem dúvida nenhuma a melhor luta que eu já vi você escrever, parabéns, fantástico, brutal, não tenho mais elogios, não tenho palavras para descrever, por isso fica o WOW...
ReplyDeleteCaramba, e eu achava que a lutas de Strauss contra Ravel, e Strauss contra Christian tinha sido as mais intensas da fic... Essa com certeza ganhou delas! Ficou incrível!
ReplyDeletePara ser sincera, eu não estava botando muita fé em Dante, não por ele não ter mais um braço, mas pelo excesso de emoções negativas que ele tinha e pelo fato de ter caído justamente no local onde foi torturado durante anos. Esse acordo de Icelo com ele veio a me surpreender... Por um momento, pensei que ele daria seu próprio poder ao Dante, e não o braço de outro poderoso demônio. Gostei bastante disso!
Agora... Resta saber o que Icelo quer em troca desse "power up". Bom, uma das coisas deu para ver que era para entretenimento próprio (especialmente quando ele fez aquele ritual), já que ficou assistindo tudo de camarote XD Mas com certeza o preço será alto...
O próprio Asmodeus reconheceu o poder (e determinação) de Dante no fim das contas, mas parece que ele já está em seu limite... Já estou ansiosa pelo próximo capítulo! Estou gostando da forma que consegue passar bem as cenas de ação, dá para imaginar tudo direitinho, inclusive sentir a tensão.
E sobre o que disse na resposta ao meu comentário do capítulo anterior... É uma honra para mim estar acompanhando essa fic, porque sinceramente, é a que eu mais gosto aqui do Anime Spirit. É raro achar fics que puxam mais pelos lados ideológicos e psicológicos, e por isso eu valorizo muito. Só acho que sua fic não recebe o reconhecimento que merecia, mas creio que isso seja falta de divulgação, porque ela tem um conteúdo muito bom!