Na frente da mansão Strauss e Ravel
iniciavam um duelo de vida ou morte, mestre contra aprendiz, o antigo líder
contra aquele que o traiu e tomou o poder.
Para Strauss ver Ravel era como ver a si
mesmo quando jovem, por isso ele sabia que ate certo ponto aquilo representava
lutar contra ele mesmo, ser capaz de superar o seu passado, ou ser morto pelos
erros que cometeu nele.
Em um instante Strauss se aproximou de
Ravel, em seguida o atingiu com um poderoso soco que o fez voar por vários
metros. Apesar da idade Strauss ainda era bastante poderoso, conseguia com
muita rapidez e precisão passar sua aura para as pernas ganhando assim
velocidade e em seguida a direcionar para o punho sendo capaz de dar um
poderoso soco.
Os soldados que permaneciam assistindo a
luta estavam espantados, Ravel era conhecido como o mais poderoso guerreiro da
organização, ninguém na Vama Marga era capaz de derrotá-lo, e agora ele estava
caído, tendo sido derrubado por um único golpe.
Ravel se levanta e cospe um pouco de
sangue, para depois começar a rir. Ele parecia excitado com aquela batalha,
poderia lutar contra um adversário que exigiria toda a sua força. Ele então
saca a sua espada, Mil auroras.
A técnica de Ravel com a espada era de
altíssimo nível, e ele ainda potencializa essa habilidade usando sua alma para
revestir a espada, dessa forma criava uma espada capaz de ferir ate mesmo
anjos, de destruir qualquer criatura sobrenatural.
Assim que ele sacou a espada Strauss
avançou contra ele, mas Ravel desviava dos ataques e revidava com a espada,
qualquer golpe podia decidir a luta, ambos se esquivavam dos ataques, parecia
tudo equilibrado ate que Ravel usou a bainha de sua espada para golpear o corpo
de Strauss, ele claramente sentiu o golpe baixando a guarda.
Era o momento perfeito para terminar a
luta, mas quando a espada atingiu o peito de Strauss ele não sofreu qualquer
dano, era como ter atingido aço.
Para evitar o golpe fatal Strauss
transferiu sua aura para o corpo, tornando-o assim resistente, impossível de
ser cortado.
Percebendo isso Ravel parecia
decepcionado.
Achei
que teríamos uma luta mais interessante, infelizmente você é realmente apenas
uma sombra do grande guerreiro que foi no passado. Já descobri seu ponto fraco
e sei como derrotá-lo, esta é a última vez que lhe faço essa oferta. Abaixe
seus punhos e se junte a mim. Vamos juntos salvar este mundo. – disse Ravel
Agradeço
a sua oferta, mas tenho que recusar. E digo o mesmo, Ravel, pense em todas as
mortes que vai causar, em toda que vai causar as pessoas, não se pode salvar
nada desse modo. Se eu precisar entregar minha vida para que você entenda isso
eu o farei. – disse Strauss
No limbo em que se encontrava Kali
iniciava o ataque a Rafael. Pela palma de suas mãos disparava varias rajadas de
energia com enorme poder destrutivo, o arcanjo não fazia esforço para se
desviar delas, apenas elevava seu poder.
Incessantemente Kali atacava, sabia que
se por um momento parasse seria tomada pelo desespero daqueles que se
confrontam com uma barreira que são incapazes de superar.
A diferença de força era muito grande,
mesmo atacando um adversário imóvel Kali percebeu que estava instintivamente a
recuar, era uma pressão severa ter diante de si um arcanjo.
Embora Lilith fosse uma guerreira e
tivesse lutado varias batalhas sua outra metade Katherine era uma jovem normal,
que obviamente teria medo diante de uma situação de vida ou morte, como um novo
ser surgido de ambas Kali tinha partes de ambas, ainda precisava se acostumar
àquele corpo, aprender como usa-lo em uma luta.
Durante a luta no mundo dos homens ela
havia conseguido quebrar o selo que Lúcifer tinha colocado em seus poderes,
devia ser capaz de usar seu poder total agora. E como o próprio Rafael havia
dito ela era apenas um objeto usado para armazenar parte do poder de Lúcifer,
ou seja, ela devia ter poder pelo menos para segurar Rafael o suficiente para
poder sair de lá.
Sabendo que não poderia vencê-lo, e nem
precisaria já que ele não era exatamente seu inimigo, a melhor opção que ela
tinha ela conseguir fugir daquele lugar. Ela havia entendido o que estava a
limitando, era o medo. A resposta era esta, mesmo que quisesse lutar e
estivesse decidida a sair dali não podia controlar seus instintos mais básicos .
Diante de uma criatura absolutamente
divina, a mais pura existência criada por Deus, qualquer outro ser era incapaz
de lutar sem ser intimidado, por um momento esse pensamento a fez esquecer da
luta e pensar em Mark. Se Rafael já tinha todo esse poder pensar em Miguel e
Lúcifer que são mais poderosos do que ele era assustador, e eram estes seres
que Mark deveria enfrentar.
A expressão de Ravel revelava que ele já
havia vencido a batalha. Após trocarem poucos golpes tinha conseguido descobrir
o ponto fraco de Strauss, ele era com certeza um adversário a ser temido.
Ravel percebeu que Strauss não conseguia
usar a aura em todo o corpo ao mesmo, quando ele estava a atacá-lo a aura foi
direcionada para os punhos que tinham um enorme poder destrutivo, mas enquanto
fazia isso deixava seu corpo desprotegido, assim apenas um golpe com a bainha
da espada havia o ferido.
No passado, quando estava no auge de sua
força Strauss devia ter sido um adversário quase invencível usando esta
técnica, mas agora que os anos pesavam sobre ele, que seu corpo reclamava os
ferimentos de tantas batalhas passadas ele era incapaz de usar todo o seu
potencial. Isso ainda havia sido agravado pelo que Strauss tinha feito para
ajudar Mark, o ajudando a conter a força de Nathaniel.
Apesar disso Strauss reconhecia a força
de Ravel, mesmo que ele estivesse fraco e não pudesse usar a aura em todo o
corpo ele compensava isso passando rapidamente de uma parte do corpo para
outro, poucos adversários teriam percebido essa fraqueza e seriam capazes de
contra-atacá-la.
Mas ainda existia outro fator, a técnica
exigia demais do corpo de Strauss, ele não aguentaria mantê-la por muito mais
tempo, se Ravel prolongasse a luta eventualmente venceria sem grande esforço. O
próprio corpo de Strauss o faria sucumbir de exaustão.
Entretanto Ravel o respeitava muito para
fazer isso, decidiu que o daria uma morte de guerreiro, tombando no campo de
batalha durante a luta. Usando sua aura cobriu a espada com sua força
espiritual, Strauss devia usar a aura para defender seu corpo ou não resistiria
a esse ataque.
A luta chegava à fase decisiva, ambos
partiram para a ofensiva usando o máximo de seus poderes.
Para a surpresa de Ravel sua espada
atravessou o corpo de Strauss, ele não estava usando sua aura para proteger seu
corpo, pelo contrário, com uma das mãos ele segurou a espada e com a outra
golpeou várias vezes Ravel, fazendo-o perder a consciência por um momento.
Não
esperava que tivesse tanta coragem, mesmo sabendo que eu poderia matá-lo com
esse golpe você não protegeu o corpo. – disse Ravel
O
que eu estou defendendo é mais importante do que minha própria vida. Não me
importo se esse corpo for destruído para isso. Antes de morrer vou lhe ensinar
a diferença entre não ter medo de morrer em batalha e a coragem de se
sacrificar por aquilo que você quer proteger. Ravel, você luta de forma
destemida, não existe medo em você, mas não sentir medo não é o mesmo que
possuir coragem. – disse Strauss
Embora seu adversário estivesse quase
morto era Ravel quem estava intimidado, as palavras de Strauss o deixaram
confuso.
Pensando racionalmente ele sabia o que
estava acontecendo, seu velho mestre estava usando toda sua energia apenas nos
punhos, queria dizer ele também não podia acompanhá-lo em velocidade, por isso
tinha se deixado ser perfurado, porque nesse instante eles estariam próximos o
suficiente para que Strauss pudesse acertar.
Mas o que levava um homem a ser capaz de
ir tão longe, era isso que ele não conseguia entender.
A luta seria decidida no próximo ataque,
ambos aumentaram seus poderes até o limite e atacaram um ao outro, sem esquivas
ou estratégias, era um luta limpa, o espírito de dois homens colidindo.
A lâmina da espada de Ravel voou longe,
sua poderosa espada havia sido quebrada, ao mesmo tempo ele caia de joelhos,
Strauss permanecia em pé, tinha morrido de pé. Ravel havia vencido a luta.
Não importava o quanto tentasse Kali
continuava incapaz de fazer qualquer coisa contra Rafael, no momento em que ele
se cansasse daquilo ela estaria morta, sabia que ele estava apenas tentando
cansá-la. Ele então a atingiu com um soco na barriga, causando um impacto
violento e a fazendo cuspir bastante sangue.
Um único ataque e sua visão já ficava
turva, ela sentia como se tivesse sido perfurada por uma espada, foi então que
ela se lembrou da batalha no mundo dos homens, quando conseguiu manifestar uma
força que nunca tido antes.
O que tinha acontecido daquela para
causar aquilo, ela tentava manter a consciência se apegando a isso, a imagem
que lhe veio a cabeça foi a de Mark, bem como a de Lúcifer, aqueles que ela
precisa rever de qualquer forma. Mas se ela morresse ali estaria tudo acabado.
A diferença daquela vez era o que a
motivava, porque ela lutava, e agora ela sabia. Mais do que isso, ela descobriu
que existe um instinto mais poderoso do que o medo, aquele de querer proteger
aqueles que são importantes para nós.
Uma enorme quantidade de energia começou
a emanar do corpo de Kali, ela se ergueu e encarou a Rafael, foi então que ele
deu um passo para trás.
Outro grande capitulo, com dois grandes focos de batalha, o primeiro entre Strauss e Ravel, apesar da experiencia e poder, Strauss não consegue sobreviver a esta batalha e morre, no outro foco, Kali tenta desesperadamente fugir de Rafael que continua a afirmar que ela não é um ser deste mundo e tem de a destruir, no entanto, algo aconteceu e fez Rafael recuar, o que sera? Venha o proximo.
ReplyDeleteStrauss ganhou todo o meu respeito nesse capítulo! Além de ter lutado super bem, ainda se sacrificou não só para proteger Mark, mas também para passar uma importante lição, e última, para Ravel. Espero que dessa vez ele tenha compreendido. Foi uma luta emocionante, sem sombra de dúvidas, com respeito mútuo de mentor para aprendiz...
ReplyDeleteMesmo cansado daquela forma, Strauss ainda conseguiu derrubar Ravel com um único golpe. Tenho quase certeza que se não fosse por aquele selo que ele fez em Mark, que pelo visto exigiu muito de sua energia, Strauss teria vencido fácil essa luta. Ravel soube aproveitar bem as oportunidades, além de analisar bem a situação... Só espero que as palavras de Strauss tenham finalmente conseguido chegar até ele... E aliás, morte digna a um personagem tão poderoso e com grande força devontade, morrer de pé. Isso me lembrou a morte de Shirohige em One Piece, que foi um dos maiores personagens que já teve no anime/mangá.
Agora, quanto à Kali... É compreensível que ela esteja com medo, afinal... Ela está enfrentando uma criatura extremamente poderosa. Mas agora ela conhece seu verdadeiro potencial, sabe que o que resta é despertá-lo. Sinto que, de certa forma, Rafael quer testá-la... O fato dele ter levado ela para aquele local por "curiosidade", e depois meio que pegar leve com ela na luta... Crieo que no fundo, ele acha que talvez ela possa servir de ajuda e esteja ajudando ela a despertar o poder total dela.
Outro excelente capítulo! Eu já esperava a morte de Strauss, mas ela aconteceu de uma forma bem emocionante, ainda mais pela boa escolha das palavras usadas nos diálogos. Kali também surpreendeu no fim do capítulo. Mas sabe, notei que Kali e Strauss tem algo muito em comum, ambos encontraram algo que deve proteger.
Enfim, aguardo pelo próximo capítulo!