Assim que a reunião começou Mark perdeu
o controle e partiu para cima de Ravel o atacando com vários socos no rosto,
ate ser detido por Zachary.
Strauss então ordenou que Stanley
parasse imediatamente, ele possuía a habilidade de causar alucinações no oponete,
e estava usando isso para fazer Mark imaginar que Ravel tinha batido em
Zachary, fazendo assim com que ele atacasse.
Era claro o objetivo dele em mostrar
Mark como alguém desequilibrado e instável, os membros do conselho assistiam a
tudo com atenção.
Ravel defendia que por mais poderoso que
Mark fosse ele representava um risco grande demais para ser suportado, não
podiam se arriscar a acreditar em antigas historias sobre um presente de Deus,
precisavam encarar a realidade que se apresentava em frente deles.
Caso Mark perdesse o controle ou mesmo
se voltasse contra a humanidade era um perigo muito maior do que o céu e o
inferno, uma vez que eles pelo menos não podiam vir para nosso mundo, enquanto
que ele já estava aqui.
Aquele não era alguém em quem se pudesse
confiar, era na verdade apenas um garoto assustado, que possuía poder demais e
se não fosse detido machucaria a si mesmo, bem como a outras pessoas, mas nesse
caso o descontrole dele podia significar o fim de todo o mundo.
Mais do que isso, Ravel defendia que
eles não precisavam de nada daquilo, que a humanidade devia ser capaz de se
defender por conta própria, que o presente que Deus havia deixado para nos era
nossa própria alma, que usando-a poderíamos confrontar céu e inferno.
Defendia que com o treinamento e
liderança apropriadas os Bem-Aventurados seriam a nossa força de defesa e
ataque. Que ele havia reunido vários deles, o maior grupo que jamais havia sido
reunido pela Vama Marga. Enquanto no passado se teve medo e receio de usar os poderes
deles, Ravel acreditava que eles eram uma benção, eram um modo de a humanidade
destruir seus inimigos.
O conselho estava dividido, a maioria
deles considerava Mark como alguém sagrado, aquele que desde a criação do mundo
havia sido prometido por Deus aos homens, mas não podiam deixar de perceber a
falta de temperança que ele possuía, e de como isso podia vir a ser um risco.
Mas do mesmo modo temiam as ações de Ravel, começavam a se questionar se ele
não tinha se tornado poderoso demais para alguém tão jovem. E como ele tinha
montado seu próprio exercito particular dentro da organização.
Strauss assistia a tudo tentando se
manter sereno, calculando e medindo cada uma das palavras que usaria. Não
estava totalmente surpreso pelo discurso de Ravel, sempre soube que ele era
ambicioso e perigoso, era justamente por isso que tinha pessoalmente o
escolhido para fazer parte da sua comitiva pessoal, para vigia-lo de perto.
Zachary e Mark assistiam a tudo aquele,
este estava confuso, se sentia incomodado pela forma que falavam dele, como se
fosse um monstro, uma arma, não o reconhecessem como um ser humano, aquele
preocupado com Dante e também avaliando o quanto a Vama Marga havia mudado
desde que ele fizera parte dela.
Então, todos se concentraram em Strauss,
ele começaria a sua defesa de Mark. Argumentava que desde a sua fundação o
objetivo da Vama Marga era proteger a humanidade e esperar pela vinda do
salvador, do anjo Nathaniel, aquele que poria fim a guerra e traria paz ao
mundo.
Que ao longo da historia a organização
várias vezes havia falhado em proteger os Kroos, mas que agora finalmente o
eleito havia chegado, aquele destinado a guiá-los rumo ao futuro.
Embora reconhecesse a juventude e
imaturidade de Mark afirmava que ele também tinha dado grandes demonstrações de
força e coragem, que sob a tutela correta ele amadureceria e se tornaria um
grande guerreiro e líder. Strauss pessoalmente disse que se incumbiria disso,
de ser o tutor dele ate que estivesse pronto.
Que no confronto com os anjos e anjos
caídos que acontecerá mais cedo naquele mesmo dia ele tinha derrotado vários
deles, algo que humanos não conseguiriam sem a perda de inúmeras vidas.
E ao fim começou a falar sobre os riscos
do plano de Ravel, que cada vez que humanos usavam suas almas como armas
perdiam mais de sua humanidade, e que isso valia também para os
Bem-Aventurados.
Além disso, quanto mais confrontos
acontecessem mais a barreira que protege nosso mundo ficaria abalada. A
estratégia de confronto direto que Ravel queria era um suicídio, a perda de
vidas seria muito grande, e sem a certeza de algum ganho real. Não se conhecia
de verdade a força dos maiores entre os anjos, eles seriam adversários tão
terríveis que nenhum humano poderia confrontá-los.
Apenas Mark, ele havia sido escolhido por
Deus por esse motivo, ser o guardião da humanidade, quando se aproximasse a
época em que o confronto final ocorreria ele lutaria pelos homens. Era preciso
ter fé nele, e Strauss pedia um voto de confiança, colocando seu posto de líder
a disposição para que pudesse ficar a cuidar dele.
No inferno Lúcifer estava furioso, com
poderosos golpes destruía as paredes de seu castelo, não aceitava o fracasso da
missão em trazer Lilith de volta. Gremory tentava se defender colocando toda a
culpa em Belial, que falhou como líder, não conseguiu criar uma estratégia e
guiar o grupo.
Mostrava com orgulho os ferimentos e asa
perdida como forma de convencer Lúcifer que tinha feito todo o possível para
trazer Lilith de volta, devido a severidade dos ferimentos pediu para se
retirar para poder descansar e se recuperar.
Todos os anjos caídos mostravam grande
temor, nunca haviam visto Lúcifer tão irritado, nem mesmo Vassago parecia capaz
de acalmá-lo. Ele estava se preparando para fazer algo grande, a fúria dele não
seria mais contida, toda a criação estava correndo perigo.
Mesmo temeroso Vassago tinha de informar
sobre o que mais havia acontecido, que os anjos caídos que tinham ido ao mundo
dos homens no segundo momento, haviam retornado após serem banidos por
Nathaniel, que parecia agora estar quase que totalmente desperto. Este fato não
podia ser ignorado.
Mas Lúcifer parecia não ouvi-lo, toda
sua fúria se voltava para o céu, onde Lilith deveria estar sendo feita
prisioneira.
Na sala onde acontecia a reunião do
conselho do Vama Marga para decidir sobre o destino de Mark, Ravel parecia
perceber que estava em dificuldade, que apesar das desconfianças sobre Mark o
conselho tinha fé no julgamento de Strauss e pareciam dispostos a acatar a
decisão que ele tomasse.
Astutamente Ravel tinha um plano
reserva, algo para reverter a situação. Ele começou a falar sobre Katherine,
mostrar um relatório que Stanley tinha sobre ela, de como representava também
um grande risco.
Toda aquela grande batalha tinha
acontecido por causa dela, céu e inferno pareciam interessados nela, e mesmo
que tivesse desaparecido durante a luta ainda poderia retornar, vindo novamente
a causar outra batalha quando tentassem capturá-la. Além disso, era preciso
descobrir o porquê de tanto interesse nela.
Enquanto seus olhos fitavam os de Mark,
Ravel então sugeriu ao conselho que decretassem pena de morte para Katherine,
tornado-a inimiga da Vama Marga, e devendo ser executada por qualquer dos seus
membros assim que fosse encontrada.
Neste momento Mark não pôde mais se
conter, mesmo com Zachary tentando segurá-lo ele partiu par cima de Ravel
derrubando com um soco no rosto.
Mark encarou então todo o conselho, não
parecia mais um garoto nervoso e assustado falando, mas um homem que tinha
pensado e ponderado cada palavra que iria dizer.
Afirmou que não era uma arma que eles
decidiriam a forma mais conveniente de usar, que tomaria suas próprias
decisões.
E principalmente que não os considerava
como inimigos, mas que se tentassem atacar a ele, ou qualquer pessoa que ele
amasse ele não hesitaria em atacá-los. Não se importaria de ter todo o mundo
como adversário para proteger aqueles que eram importantes para ele. Mark
prometeu que não perderia mais ninguém.
Embora preocupado com o efeito das
palavras dele, e achando tudo aquilo temerário, Zachary não conseguia esconder
um sorriso de orgulho, com todas aquelas perdas, com toda dor que havia tido
nestes últimos tempos, Mark havia crescido muito, por um momento ele parecia já
ser um homem e não um garoto.
O monitor pelo qual realizavam a
conferencia com o conselho foi então desligado, após ouvir ambos os lados eles
se reuniriam sozinhos por uma hora e então anunciariam a decisão final.
Zachary voltou para a enfermaria para
ficar com Dante, Mark iria acompanhá-lo, mas Strauss pediu que ele ficasse,
disse que tinham algo para conversar.
Ravel reunia Stanley e mais alguns
homens que pareciam ser leais a ele, aquilo certamente não era um bom sinal,
mas no momento Strauss não podia fazer nada, era necessário esperar pela
decisão.
No paraíso Azrael estava acorrentado a
um pilar, bradava e gritava amaldiçoando a todos, estava descontrolado, o nome
que Gremory havia pronunciado mexeu com ele. Orphaniel o tinha prendido no
momento em que retornou, ao ver o estado dele percebeu que se voltasse para
lutar terminaria por causar problemas ou ser morto.
Calmamente se aproximou dele e o golpeou
na barriga, um poderoso golpe que o fez desmaiar.
Agora que estava em silencio podia se
concentrar, contabilizar o número de mortos e avaliar a situação dos feridos.
Perceber que todo o equilíbrio que durava já séculos estava prestes a ser
rompido pelo aparecimento de Nathaniel.
Precisava escolher como comunicaria a
Miguel que a missão tinha sido um fracasso completo, que tinham tido várias
mortes e feridos, mas no fim tinham perdido Lilith, não sabiam o que havia
acontecido com ela, então só podiam supor que tinha retornado ao inferno.
Muito bom capitulo, os Vama Marga tentaram fazer de Mark um garoto imaturo e descontrolado para que ele não fosse acreditado, mas ao decretarem pena de morte para Katherine ele mostrou a todos que ele é um homem e defende os seus ideiais nem que tenha de combater os seus semelhantes, no final descobrimos que a garota poderá estar no inferno, estou curiosa para saber o que vem a seguir.
ReplyDeleteÉ, Ravel... Seu nome deveria ser Cascavel, homem! Mas até que rima mesmo...
ReplyDeleteEnfim, ele parece ser um cara muito mal intencionado, e até entendo agora o porque de Strauss deixar um homem desses na equipe dele... Realmente tem que ficar de olho bem aberto.
Parece que eles temem mais o Nathanael do que qualquer outro anjo ou demônio. Acho que se, se Markj for bem treinado e instruído, não precisariam ficar com tanto medo. Mesmo tendo algumas atitudes impulsivas, que na maioria das vezes foi para tentar proteger aqueles que ama, ele é um bom garoto. Nesse ponto, concordo com o Strauss.
Olha só... Sacanagem master condenar a Katherine a pena de morte! Com certeza foi para desestruturar ainda mais o pobre Mark, para provar os outros que ele é desequilibrado... Golpe baixo, muito baixo... Mas teve o que mereceu! Levou uma bem na cara XD
Bom, pelo o final, pressuponho que Lilith/Katherine esteja mesmo com Icelo... Já que nem o paraíso e nem o inferno tem noção de onde ela está. Além de que, pelo o que me lembro, o plano em que Icelo ficava era um ótimo esconderijo...
Mais um excelente capítulo! Gostei bastante de saber sobre essas tretas internas do Vama Marga, imagino que Ravel pode virar um inimigo mais perigoso ainda que os anjos e os demônios. Meus parabéns!